sexta-feira, 30 de maio de 2014

A LINGUÍSTICA TEXTUAL E SEUS MAIS RECENTES AVANÇOS

Paulo de Tarso Galembeck (UEL)
Este texto apresenta os mais recentes avanços da Linguística Textual, a partir do exame das etapas da evolução dos estudos do texto. Para tanto, apresentam-se os três passos da evolução dos estudos do texto (análises transfrásticas, gramáticas textuais, teorias de texto). Na última parte do texto, discute-se a conceituação do texto como processo (e não como produto), e o papel do contexto interacional na depreensão dos sentidos do texto.

O percurso da Linguística Textual

A adoção do texto e do discurso como unidade básica dos estudos linguísticos não foi um processo unitário e uniforme; já que houve várias orientações às quais correspondiam propostas teórico-metodológicas diversas. De forma genérica, essas propostas podem ser agrupadas em duas tendências: a Análise do Discurso de linha francesa e a Lingüística Textual, oriunda, sobretudo dos países germânicos (Alemanha, Países-Baixos) ou do Reino Unido. Na primeira, as preocupações dominantes são o sujeito da enunciação (um ser situado num dado momento histórico), os sentidos que ele produz e a ideologia que subjaz à sua mensagem. A Lingüística Textual tinha por objeto específico os processos de construção textual, por meio dos quais os participantes do ato comunicativo criam sentidos e interagem com outros seres humanos.
Na seqüência do texto, são expostos os três passos principais da evolução da Lingüística Textual: as análises transfrásticas; a Gramática de Texto; a Teórica do Texto.

Análises transfrásticas

As análises transfrásticas ainda não consideram o texto como o objeto de análise, pois o percurso ainda é da frase para o texto. Aliás, as análises transfrásticas surgiram a partir da observação de que certos fenômenos não poderiam ser explicados pelas teorias vigentes na época (estruturalismo e gramática gerativa), por ultrapassarem os limites da frase simples e complexa: a co-referenciação (anáfora); a correlação de tempos verbais (“consecutio temporum”); o uso de conectores interfrasais; o uso de elementos e indefinidos. Veja-se o exemplo a seguir:

(01) “O que os escândalos do governo Lula mostram é um antídoto à desculpa tipicamente nacional de que corrupção existe em todo lugar. Afinal revelam um padrão que, como gosta de dizer o presidente, “nunca, em 500 anos de história”, foi muito diferente do que é agora. Portanto, tem uma especificidade, e sem olhar para ela, o problema não será combatido e atenuado” (Daniel Piza, “O labirinto da corrupção”, O Estado de S. Paulo, 3/7/05, D3, p. 03)

Verifique-se, no fragmento acima, a presença dos conectores interfrásticos (afinal, portanto); a presença de relações anafóricas entre termos situados em frases diferentes (o presidente, retomando Lula; as elipses – afinal Ø revelam; Ø têm – que remetem escândalos; o problema, referindo-se a corrupção); o emprego dos tempos verbais (presente e futuro).
Se observados a partir de uma perspectiva textual, os elementos citados (anafóricos, conectores, tempos verbais) passam a ser encarados a partir de uma perspectiva diferenciada. Com efeito, os anafóricos deixam de ser considerados meros substitutos (termo que entra no lugar de outro) e passam a ser vistos como termos que possibilitam a retomada do dado, para que a ele sejam acrescidas novas informações. Assim, a retomada de Lula por o presidente indica que ele sabe da existência da corrupção. Os conectivos afinal e, portanto têm um nítido papel argumentativo: o primeiro introduz um fragmento que retoma o que foi dito e, ao mesmo tempo, encaminha o leitor para uma conclusão. Já o ‘portanto’ encaminha o leitor para as conclusões desejadas pelo autor.
Os autores dessa fase valorizaram sobretudo o estudo dos vínculos interfrásticos (elementos coesivos). Nesse sentido, HARWEG (1968) define texto como “uma seqüência pronominal ininterrupta” e menciona como uma de suas (do texto) principais características o fenômeno do múltiplo referenciamento. ISENBERG (1971) conceitua texto como uma “seqüência coerente de enunciados” e enfatiza que o papel dos elementos coesivos no estabelecimento da coerência textual.
O papel atribuído aos elementos coesivos no estabelecimento do sentido global do texto, porém, foi questionado quando se verificou que os citados elementos não são essenciais para a compreensão do sentido global do texto. Vejam-se os exemplos a seguir:

(02)  
(2a) Não vi o acidente: não posso apontar o culpado.
(2b) Não vi o acidente: naquela hora, tinha acabado de entrar na / loja.
(2c) Não vi o acidente, contaram-me que ele não respeitou a preferencial.

Mesmo sem a ausência de conectivos; ouvinte/leitor tem a capacidade de construir o significado global da seqüência, porque pode estabelecer as relações lógico-argumentativas entre as partes dos enunciados:
2a: relação conclusiva (portanto).
2b: relação explicativa (pois).
2c: relação adversativa (porém).
Em outros textos, verifica-se que a presença de elementos coesivos não basta para assegurar o sentido global ao texto:

(03) Ivo viu a uva.
A uva é verde.
A vagem também é verde.
Vovó cozinha a vagem.

A necessidade de considerar o conhecimento intuitivo do falante na construção do sentido global do enunciado e no estabelecimento das relações entre as sentenças, e o fato de vínculos coesivos não assegurarem unidade ao texto conduzem à construção de outra linha de pesquisa. Nessa nova linha, procurou-se considerar o texto não apenas como uma lista de frases, mas um todo, dotado de unidade própria.

Gramáticas de texto

De acordo com MARCUSCHI (1999), as gramáticas textuais, pela primeira vez, propuseram o texto como o objeto central da Lingüística e, assim, procuraram estabelecer um sistema de regras finito e recorrente, partilhado (internalizado) por todos os usuários de uma língua. Esse sistema de regras habilitaria os usuários a identificar se uma dada seqüência de frases constitui (ou não) um texto e se esse texto é bem formado.
Esse conjunto de regras constitui a competência textual de cada usuário e permite aos usuários diferenciar entre um conjunto aleatório de palavras ou frases, ou um texto dotado de sentido pleno. Outras manifestações dessa competência são a capacidade de resumir ou parafrasear um texto, perceber se ele está completo ou incompleto, produzir outros textos a partir dele, atribuir-lhe um título, diferenciar as partes constitutivas do mesmo e estabelecer as relações entre essas partes.
CHAROLLES (1983) admite que o falante possui três competências básicas:
  • Competência formativa: permite ao usuário produzir e compreender um número infinito de texto e avaliar, de modo convergente, a boa ou má formação de um texto.
  • Competência transformativa: refere-se à capacidade de resumir um texto, parafraseá-lo, reformulá-lo, ou atribuir-lhe um título, assim como de avaliar a adequação do resultado dessas atividades.
  • Competência qualificativa: concerne à capacidade de o usuário identificar o tipo ou gênero de um dado tipo, bem como à possibilidade de produzir um texto de um tipo particular.

As gramáticas de texto tiveram o mérito de estabelecer duas noções basilares para a consolidação dos estudos concernentes ao texto/discurso. A primeira é a verificação de que o texto constitui a unidade lingüística mais elevada e se desdobra ou se subdivide em unidades menores, igualmente passíveis de classificação. As unidades menores (inclusive os elementos léxicos e gramaticais) devem sempre ser considerados a partir do respectivo papel na estruturação da unidade textual. A segunda noção básica constitui o complemento e a decorrência da primeira noção enunciada: não existe continuidade entre frase e texto, uma vez que se trata de entidades de ordem diferente e a significação do texto não constitui unicamente o somatório das partes que o compõem.
Apesar dos avanços apontados, cabe reconhecer alguns problemas na formulação das Gramáticas Textuais. O primeiro é a conceituação do texto como uma unidade formal, dotada de uma estrutura interna e gerada a partir de um sistema finito de regras, internalizado por todos os usuários da língua. Esse sistema finito de regras constituiria a gramática textual de uma língua, semelhante, em sua formulação, à gramática gerativa da sentença, de Chomsky. Ora, fica difícil propor um percurso gerativo para o texto, pelo fato de ele não constituir uma unidade estrutural, originária de uma estrutura de base e realizada por meio de transformações sucessivas. Outro problema das gramáticas de texto é a separação entre as noções de texto (unidade estrutural, gerada a partir da competência de um usuário idealizado e descontextualizado) e discurso (unidade de uso). Essa separação é injustificada, pois o texto só pode ser compreendido a partir do uso em uma situação real de interação. Foi a partir das considerações anteriores que os estudiosos iniciaram a elaboração de uma teoria de texto, que discutisse a constituição, o funcionamento, a produção dos textos em uso numa situação real de interação verbal.

Linguística textual

Como lembra MARCUSCHI (1998), no final da década de setenta, o enfoque deixa de ser a competência textual dos falantes e, assim, passa-se a considerar a noção de textualidade, assim estabelecida por BEAUGRANDE e DRESSLER (1981): “modo múltiplo de conexão ativado sempre que ocorrem eventos comunicativos”. Outras noções relevantes da Linguística Textual são o contexto (genericamente, o conjunto de condições externas à língua, e necessários para a produção, recepção e interpretação de texto) e interação (pois o sentido não está no texto, mas surge na interação entre o escritor / falante e o leitor/ouvinte).
Essa nova etapa no desenvolvimento da Linguística de Texto decorre de uma nova concepção de língua (não mais um sistema virtual autônomo, um conjunto de possibilidades, mas um sistema real, uso em determinados contextos comunicativos) e um novo conceito de texto (não mais encarado como um produto pronto e acabado, mas um processo uma unidade em construção). Com isso, fixou-se como objetivo a ser alcançada a análise e explicação da unidade texto em funcionamento e não a depreensão das regras subjacentes a um sistema formal abstrato. A Linguística Textual, nesse estágio de sua evolução, assume nitidamente uma feição interdisciplinar, dinâmica, funcional e processual, que não considera a língua como entidade autônoma ou formal (MARCUSCHI, 1998).

Retirado de : http://www.filologia.org.br/ixcnlf/5/06.htm [EDITADO] By Vinícius Junqui
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quinta-feira, 29 de maio de 2014

O que é Fonética?

Fonética

A Fonética, ou Fonologia, estuda os sons emitidos pelo ser humano, para efetivar a comunicação. Diferentemente da escrita, que conta com vogais e consoantes, a Fonética se ocupa dos fonemas (= sons); são eles as vogais, as consoantes e as semivogais.

  • Vogal = São as cinco já conhecidas - a, e, i, o, u -quando funcionam como base de uma sílaba. Em cada sílaba há apenas uma vogal. IMPORTANTE: NÃO HÁ SÍLABAS SEM UMA VOGAL E NUNCA HAVERÁ MAIS DO QUE UMA VOGAL EM UMA MESMA SÍLABA.
  • Consoante = Qualquer letra - ou conjunto de letras representando um som só - que só possa ser soada com o auxílio de uma vogal (com + soante = soa com...).
        Na fonética são consoantes: b, d, f, g (ga, go, gu), j (ge, gi, j) k (c ou qu), l, m (antes de vogal), n (antes de vogal), p, r, s (s, c, ç, ss, sc, sç, xc), t, v, x (inclusive ch), z (s, z), nh, lh, rr.

  • Semivogal = São as letras e, i, o e u quando formarem sílaba com uma vogal, antes ou depois dela, e as letras m e n, nos grupos AM, EM e EN, em final de palavra -somente em final de palavra.
        Quando a semivogal possuir som de i, será representada foneticamente pela letra Y; com som de u, pela letra W.


Então teremos, por exemplo, na palavra caixeiro, que se separa silabicamente cai-xei-ro, o seguinte:
- 3 vogais = a, e, o;
- 3 consoantes = k (c), x, r;
- 2 semivogais = y (i, i).
Representando a palavra foneticamente, ficaremos com kayxeyro.

Na palavra artilheiro, ar-ti-lhei-ro, o seguinte:
- 4 vogais = a, i, e, o;
- 4 consoantes = r, t, lh, r;
- 1 semivogal = y (i).
Foneticamente = artiĹeyro.

Na palavra viagem, vi-a-gem :
- 3 vogais = i, a, e;
- 2 consoantes = v, g;
- 1 semivogal = y (m).
Foneticamente = viajẽy.

* M/N

As letras M e N devem ser analisadas com muito cuidado. Elas podem ser:

  • Consoantes = Quando estiverem no início da sílaba.
  • Semivogais = Quando formarem os grupos AM, EM e EN, em final de palavra - somente em final de palavra - sendo representadas foneticamente por Y ou W.
  • Ressôo Nasal = Quando estiverem após vogal, na mesma sílaba que ela, excetuando os três grupos acima. Indica que o M e o N não são pronunciados, apenas tornam a vogal nasal, portanto haverá duas letras (a vogal + M ou N) com um fonema só (a vogal nasal).


Por exemplo, na palavra manchem, terceira pessoa do plural do presente do subjuntivo do verbo manchar, teremos o seguinte: man-chem,
- 2 vogais = a, e;
- 2 consoantes = o 1º m, x(ch);
- 1 semivogal = y (o 2º m);
- 1 ressôo nasal = an (ã).
Foneticamente = mãxẽy.

Encontros Vocálicos

É o agrupamento de vogais e semivogais. Há três tipos de encontros vocálicos:


  • Hiato = É o agrupamento de duas vogais, cada uma em uma sílaba diferente.
           Lu-a-na, a-fi-a-do, pi-a-da



  • Ditongo = É o agrupamento de uma vogal e uma semivogal, em uma mesma sílaba. Quando a vogal estiver antes da semivogal, chamaremos de Ditongo Decrescente, e, quando a vogal estiver depois da semivogal, de Ditongo Crescente. Chamaremos ainda de oral e nasal, conforme ocorrer a saída do ar pelas narinas ou pela boca.

           Cai-xa = Ditongo decrescente oral.
           Cin-quen-ta = Ditongo crescente nasal, com a ocorrência do Ressôo Nasal.


  • Tritongo = É o agrupamento de uma vogal e duas semivogais. Também pode ser oral ou nasal.

           A-guei = Tritongo oral.
           Á-guem = Tritongo nasal, com a ocorrência da semivogal m.

Além desse três, há dois outros encontros vocálicos importantes:


  • Iode = É o agrupamento de uma semivogal entre duas vogais. São aia, eia, oia, uia, aie, eie, oie, uie, aio, eio, oio, uio, uiu, em qualquer lugar da palavra - começo, meio ou fim. Foneticamente, ocorre duplo ditongo ou tritongo + ditongo, conforme o número de semivogais. A Iode será representada com duplo Y: ay-ya, ey-ya, representando o "y" um fonema apenas, e não dois como possa parecer. A palavra vaia, então, tem quatro letras (v - a - i - a) e quatro fonemas (v - a - y - a), sendo que o "y" pertence a duas sílabas, não havendo, no entanto, "silêncio" entre as duas no momento de pronunciar a palavra.



  • Vau = O mesmo que a Iode, porém com a semivogal W.


          Pi-au-í = Vau, com a representação fonética Pi-aw-wi. Com o "w" ocorre o mesmo que ocorreu com o "y", ou seja, representa um fonema apenas.


Ocorrem, também, na Língua Portuguesa, encontros vocálicos que ora são pronunciados como ditongo, ora como hiato. São eles:


  • Sinérese = São os agrupamentos ae, ao, ea, ee, eo, ia, ie, io, oa, oe, ua, ue, uo, uu.

           Ca-e-ta-no, Cae-ta-no; ge-a-da, gea-da; com-pre-en-der, com-preen-der; Na-tá-li-a, Na-tá-lia; du-e-lo, due-lo; du-un-vi-ra-to, duun-vi-ra-to.


  • Diérese = São os agrupamentos ai, au, ei, eu, iu, oi, ui.

           re-in-te-grar, rein-te-grar; re-u-nir, reu-nir; di-u-tur-no, diu-tur-no.

Obs.: Há palavras que, mesmo contendo esses agrupamentos não sofrem sinérese ou diérese. Há que se ter bom senso, no momento de se separarem as sílabas. Nas palavras rua, tia, magoa, por exemplo, é claro que só há hiato.

Encontros Consonantais

É o agrupamento de consoantes. Há três tipos de encontros consonantais:

  • Encontro Consonantal Puro = É o agrupamento de consoantes, lado a lado, na mesma sílaba.

           Bra-sil, pla-ne-ta, a-dre-na-li-na


  • Encontro Consonantal Disjunto = É o agrupamento de consoantes, lado a lado, em sílabas diferentes.

           ap-to, cac-to, as-pec-to


  • Encontro Consonantal Fonético = É a letra x com som de ks.

           Maxi, nexo, axila = maksi, nekso, aksila.

Não se esqueça de que as letras M e N pós-vocálicas não são consoantes, e sim semivogais ou simples sinais de nasalização (ressôo nasal).

Dígrafos

Dígrafo é o agrupamento de duas letras com apenas um fonema. Os principais dígrafos são rr, ss, sc, sç, xc, xs, lh, nh, ch, qu, gu. Representam-se os dígrafos por letras maiores que as demais, exatamente para estabelecer a diferença entre uma letra e um dígrafo. Qu e gu só serão dígrafos, quando estiverem seguidos de e ou i, sem trema. Os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc e xs têm suas letras
separadas silabicamente; lh, nh, ch, qu, gu, não.

arroz = ar-roz - aRos;
assar = as-sar - aSar;
nascer = nas-cer - naSer;
desço = des-ço - deSo;
exceção = ex-ce-ção - eSesãw;
exsudar = ex-su-dar - eSudar;
alho = a-lho - aĹo;
banho = ba-nho - baÑo;
cacho = ca-cho - kaXo;
querida = que-ri-da - Kerida;
sangue = san-gue - sãGe.


  • Dígrafo Vocálico = É o outro nome que se dá ao Ressôo Nasal, pelo fato de serem duas letras com um fonema vocálico.

           sangue = san-gue - sãGe

Não confunda dígrafo com encontro consonantal, que é o encontro de consoantes, cada uma representando um fonema.

Posted by Sthefani Curtz

Vídeo sobre Linguística

Este vídeo dá ênfase à Linguística Textual, explicando o que é e de que maneira ela afeta o nosso cotidiano.
                                       

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quarta-feira, 28 de maio de 2014

Biografia Noam Chomsky

Noam Chomsky
Avram Noam Chomsky (1928) é professor e ativista político norte-americano. Tornou-se conhecido por suas críticas contra a política externa americana. É professor do Massachusetts Institute of Technology. Desenvolveu uma teoria que revolucionou o estudo da linguística.
Nascido na Filadélfia, Pensilvânia, Estados Unidos, no em 7 de Dezembro. Estudou no Oak Lane Country Day School e no Central High School. Foi pesquisador assistente na Universidade de Harvard, onde realizou a maior parte de suas pesquisas relacionadas à linguística, entre os anos de 1951 e 1955. Estudou na Universidade da Pensilvânia, onde e tornou-se Ph.D., publicando sua tese com mais de mil páginas. Após receber a sua graduação, Chomsky passou a lecionar no Massachusetts Institute of Technology. Noam casou-se com Carol Schatz, em 24 Dezembro de 1949 e teve dois filhos.
Entre suas muitas realizações, o mais famoso foi o seu trabalho com a gramática generativa, que tornou-se de interesse na lógica moderna e em fundações matemáticas. Tornou-se conhecido como um dos fundadores principais da transformational-generative grammar (gramática transformadora-generativa), um sistema da análise linguística que desafiou a linguística tradicional e tem relação com filosofia, lógica, e psicolinguística. Seu livro Syntactic Structures (1957), um resumo de sua tese, revolucionou a linguística.
Chomsky é professor a mais de 40 anos. Foi anomeado para a Cátedra de Línguas Modernas e Linguística Ferrari P Ward, é também um crítico radical contra a política, a sociedade e a economia americana, particularmente a política externa. Foi contra à Guerra do Vietnã e mais tarde à Guerra do Golfo Pérsico. Escreveu "American Power and the New Mandarins"(1969) e "Human Rights and American Foreign Policy"(1978).
Retirado de : http://www.e-biografias.net/noam_chomsky/ [EDITADO]
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Biografia Ingedore Villaça Koch

Ingedore Villaça Koch
É mestre e doutora em Língua Portuguesa pela PUC-SP e livre-docente em Análise do Discurso pela Unicamp. Na PUC-SP, atuou nos cursos de Letras e Jornalismo, na pós-graduação e na especialização. É professora titular do Departamento de Linguística do IEL - Unicamp. É autora e coautora de diversas obras e tem inúmeros trabalhos publicados em revistas e coletâneas, no país e no exterior. Pela Editora Contexto publicou A coerência textual, A coesão textual, A inter-ação pela linguagem, O texto e a construção dos sentidos, Referenciação e discurso, Sentido e significação, Ler e compreender e Ler e escrever.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Entrevista com Ingedore Koch

KOCH, Ingedore Villaça. Lingüística Textual: uma entrevista com Ingedore Villaça Koch. Revista Virtualde Estudos da Linguagem - ReVEL. Vol. 1, n. 1, agosto de 2003. ISSN 1678-8931 [www.revel.inf.br].

LINGÜÍSTICA TEXTUAL – UMA ENTREVISTA COM INGEDORE
VILLAÇA KOCH
Ingedore Villaça Koch
Universidade Estadual de Campinas – Unicamp
ReVEL - O que mudou e o que ainda pode mudar no ensino de Língua Portuguesa a partir dos estudos de Lingüística Textual?

Ingedore - A maior mudança foi que se passou a tomar o TEXTO como objeto central do ensino, isto é, a priorizar, nas aulas de língua portuguesa, as atividades de leitura e produção de textos, levando o aluno a refletir sobre o funcionamento da língua nas diversas situações de interação verbal, sobre o uso dos recursos que a língua lhes oferece para a concretização de suas propostas de sentido, bem como sobre a adequação dos textos a cada situação.
           Quanto ao que ainda pode mudar, diria que, em primeiro lugar, tal metodologia teria de ser estendida a TODAS as escolas, públicas e privadas, o que, evidentemente, ainda está longe de ser uma realidade. Para tanto, TODOS os professores teriam de estar preparados para utilizar em aula os conceitos e as estratégias propagadas pela Lingüística Textual e aplicá-las no ensino da produção textual, quer em termos de escrita, quer de leitura, já que esta orientação conforma-se ao que postulam os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa.

ReVEL - Qual a principal contribuição da Lingüística Textual para o professor de língua materna?

Ingedore - Para mim, a principal contribuição, conforme foi esboçado acima, é dotar o professor de um instrumental teórico e prático adequado para o desenvolvimento da competência textual dos alunos, o que significa torná-los aptos a interagir socialmente por meio de textos dos mais variados gêneros, nas mais diversas situações de interação social. Isto significa, inclusive, uma revitalização do estudo da gramática: não, é claro, como um fim em si mesma, mas no sentido de evidenciar de que modo o trabalho de seleção e combinação dos elementos, dentro das inúmeras possibilidades que a gramática da língua nos põe à disposição - e que, portanto, é preciso conhecer -, nos textos que lemos ou produzimos, constitui um conjunto de decisões que vão funcionar como instruções ou sinalizações a orientar a construção do sentido.

ReVEL - Qual o lugar do Brasil nos estudos da Lingüística Textual?

Ingedore - Atualmente, a Lingüística Textual, que se desenvolveu na Europa, particularmente na Alemanha, vem ocupando um lugar de destaque no cenário acadêmico nacional. Este ramo da Lingüística, depois de ter sido introduzido na Universidade Federal de Pernambuco e em universidades paulistas (PUC-SP, UNICAMP, UNESP, USP), ganhou espaço em grande número de universidades brasileiras, vindo a fazer parte dos currículos de graduação e pós-graduação, o que deu origem a um número respeitável de publicações na área, além de uma série de teses e dissertações, que têm contribuído para a sua divulgação no país e no exterior.

ReVEL - Segundo você, quais são os limites da Lingüística Textual e quais são suas perspectivas?

Ingedore - A Lingüística Textual, como toda e qualquer ciência, tem evidentemente os seus limites. Sua preocupação maior é o texto, envolvendo, pois, todas as ações linguísticas, cognitivas e sociais envolvidas em sua organização, produção, compreensão e funcionamento no seio social. Tais questões, contudo, só a interessam na medida em que ajudam a explicar o seu objeto de estudo - o TEXTO - e não a sociedade, a mente, a História, objetos que são de outras ciências afins.
             Como defende Antos (1997), os textos, como formas de cognição social, permitem ao homem organizar cognitivamente o mundo. E é em razão dessa capacidade que são também excelentes meios de intercomunicação, bem como de produção, preservação e transmissão do saber. Determinados aspectos de nossa realidade social só são criados por meio da representação dessa realidade e só assim adquirem validade e relevância social, de tal modo que os textos não apenas tornam o conhecimento visível, mas, na
realidade, sociocognitivamente existente. A revolução e evolução do conhecimento necessita e exige, permanentemente, formas de representação notoriamente novas e eficientes.
         Assim, a Lingüística Textual, baseada nessa concepção de texto, parece ter-se tornado um entroncamento, para o qual convergem muitos caminhos, mas que é também o ponto de partida de muitos deles, em diversas direções. Esta metáfora da Lingüística de Texto como estação de partida e de passagem de muitos - inclusive novos - desenvolvimentos abre perspectivas otimistas quanto a seu futuro, como parte
integrante não só da Ciência da Linguagem, mas das demais ciências que têm como sujeito central o ser humano.
                É esta a razão por que a Ciência ou Lingüística do Texto sente necessidade de intensificar sempre mais o diálogo que já há muito vem travando com as demais Ciências - e não só as Humanas! -, transformando-se numa "ciência integrativa" (Antos & Tietz, 1997). É o caso, por exemplo, do diálogo com a Filosofia da Linguagem, a Psicologia Cognitiva e Social, a Sociologia Interpretativa, a Antropologia, a Teoria da Comunicação, a Literatura, a Etnometodologia, a Etnografia da Fala e, mais recentemente, com a Neurologia, a Neuropsicologia, as Ciências da Cognição, a Ciência da Computação e, por fim, com a Teoria da Evolução Cultural. Torna-se, assim, cada vez mais, um domínio multi- e transdisciplinar, em que se busca compreender e explicar essa entidade multifacetada que é o texto - fruto de um processo extremamente complexo de interação e construção social de conhecimento e de linguagem.

ReVEL - Quando se trata de Lingüística Textual, quais seriam as obras essenciais que você poderia indicar para que um estudante de Letras pudesse se iniciar no assunto?

Ingedore - Obras próprias:
A Coesão Textual. São Paulo: Contexto, 1989.
A Inter-ação pela Linguagem. São Paulo: Contexto, 1992.
O Texto e a Construção dos Sentidos. São Paulo: Contexto, 1997.
Desvendando os Segredos do Texto. São Paulo: Cortez, 2002.
Koch & Travaglia. A Coerência Textual. São Paulo: Contexto, 1990.
Koch & Travaglia. Texto e Coerência. São Paulo: Cortez, 1989.
Koch & Fávero. Lingüística Textual: Introdução. São Paulo: Cortez, 1983.
Vilela & Koch: Gramática da Língua Portuguesa. Coimbra: Almedina, 2001.

Obras alheias:
Marcuschi, Luiz Antônio. Lingüística de Texto: o que é e como se faz. Universidade Federal de Pernambuco, 1983.
Fávero, Leonor L. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 1991.
Guimarães, Elisa. A organização do texto. São Paulo: Ática, Série Princípios, 1992.
Bastos, Lúcia K. Coesão e coerência em narrativas escolares escritas. São Paulo: Martins Fontes, 1985.
Buin, Edilaine. Aquisição da escrita: coesão e coerência. São Paulo: Contexto, 2002.
Massini-Cagliari, Gladis. O texto na alfabetização: coesão e coerência. Campinas: Mercado de Letras.
Costa Val, Maria da Graça. Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
Ruiz, Eliana. Como se corrige redação na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2001.
Bentes, Anna Christina. A Lingüísitca Textual. In: Mussalin & Bentes (orgs.). Introdução à Lingüística, vol. I, São Paulo: Cortez, 2000.

Retirado de : http://www.revel.inf.br/files/feae2f57341478af7ec218b4fc44d8e8.pdf
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Curiosidades sobre a Linguística

Divisões da Linguística
    & Fonética: Estudo sobre os sons da fala
   & Fonologia: Estudo dos fonemas
   & Morfologia: Estudo das classificações, formações e flexões das palavras.
   & Sintaxe: Estudo das relações entre palavras e orações.
   & Semântica: Estudo da significação das palavras.
   & Lexicologia: Estudo do conjunto de palavras de um idioma
   & Estilística: Estudo de figuras e vícios de linguagem
   & Pragmática: Estudo sobre o modo como a fala é usada na comunicação diária.
   & Filologia: Estudo da linguagem através de escritos históricos.

Linguistas Notáveis:
    & Franz Bopp
   & Leonard Bloomfield
   & Umberto Eco
   & Noam Chomsky
   & Michael Halliday
Linguística como Ciência
Linguística pode ser definida como ciência e estuda os fatos da linguagem em uma visão descritiva. Mas muitos se perguntam por que a linguística diferente de outras áreas da língua como a Gramática Normativa, por exemplo, pode ser considerada ciência? 
Atualmente, entende-se por ciência “todo o conhecimento adquirido através do estudo ou da prática, baseado em princípios certos”.
A Linguística, diferentemente da Gramática Normativa, analisa a linguagem como esta realmente se evidencia no cotidiano dos falantes da língua. E por meio desta análise propõe um modo de estudos dessa língua em uma sociedade.
Já a gramática, prescreve a forma correta, que os usuários do idioma devem se comunicar, independente de quaisquer interferências exteriores, sem considerar regionalismos, coloquialismos, entre outras coisas. E considera errada qualquer outra forma de comunicação.

Isso já a impede essencialmente de ser uma ciência, visto que o papel desta é representar e explicar determinado assunto a partir de fatos e não julgá-los como certos e errados.

By Sthefani Curtz
Posted by Sthefani Curtz

sábado, 10 de maio de 2014

Linguística



A Linguística é o estudo científico da Linguagem. Surgiu em meados da década de 1960, na Europa, principalmente na Alemanha, onde suas bases foram criadas: o Estruturalismo de Saussure e o Gerativismo de Chomsky.

Ferdinand de Saussure

Nascido em 26 de novembro de 1857 em Genebra, Suíça, deu início aos estudos linguísticos. Saussure ministrou aulas de linguística na Universidade de Genebra, entre os anos de 1907 e 1910. Três anos após sua morte, em 1916, seus alunos Charles Bally e Albert Sechehaye compilaram as informações aprendidas nas aulas e editaram o Curso de Linguística Geral – no qual apresentam-se diferentes conceitos que serviram de base para a Linguística Moderna.

Entre outros estudos, as principais contribuições feitas por Saussure foram as dicotomias:

Língua X Fala (Langue X Parole)

Saussure considerava a Língua como um conjunto de valores inseridos na mente humana como um produto social, e a fala como um ato individual, diferente para cada indivíduo que a utiliza.

Significante X Significado

O significado é a projeção mental de uma palavra, sua imagem acústica. Já o significante, o conceito ou o que aquela determinada palavra quer dizer.
Ou seja, um mesmo significado pode ter diferentes significantes. A palavra cão, por exemplo, gera uma imagem em nossas mentes, uma imagem que é imutável seja esta chamada de “cão”, “dog”, “perro”, “chien”, “cane”, etc.

Sintagma X Paradigma

Saussure descreve sintagma como “combinação de formas mínimas numa unidade linguística superior” e paradigma como “banco de reservas da língua”

Sincronia X Diacronia

Saussure passou a estudar a língua a partir de um dado ponto do tempo (visão sincrônica), a visão diacrônica – que analisa transformações ocorridas devido sucessões históricas – não é tão levada em conta, e sim a análise de determinados aspectos linguísticos naquele momento, sem outras interferências.

Noam Chomsky

Nascido em 7 de dezembro de 1928, na Filadélfia, Estados Unidos. Professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts está associado como criador da Gramática Gerativa.

Gramática Gerativa

Chamada também de Gramática Gerativista, baseia-se em um sistema de regras direcionadas para competência linguística. Para Chomsky, competência linguística é “a capacidade que o falante tem de, a partir de um número finito de regras, produzir um número infinito de frases.

A gramática gerativa, ainda para Chomsky, é dividida em dois grupos: Gramática Universal, presente em todas as línguas, e a Gramática Particular, a qual usa-se da gramática universal e características únicas de cada pessoa.

Exemplificando, entende-se como Gramática Universal aquela comum a todos os falantes de uma língua materna, e Gramática Particular o uso pessoal da língua.

Segundo alguns pesquisadores, podemos dividir a evolução da Linguística Textual em três partes:

1ª FASE
2ª FASE
3ª FASE
Transfrástica
Gramáticas Textuais
Teoria de Texto

1ª Fase – Transfrástica

Os Linguistas, nesta fase, passaram a analisar as interações entre frases e períodos. Não como objetos únicos e separados, como unidade, mas como um conjunto que deve ser analisado como um todo. Elementos de coesão passaram a ser estudados.

2ª Fase – Gramáticas Textuais

Nesta fase, passaram a estudar o texto como um conjunto com sentido, pela primeira vez. E também considerando que todo texto tem relação com outros, chamado de inferência, pois este se deve pelo conhecimento de quem o escreve, ou seja, o conhecimento deste indivíduo interfere na composição de um texto. Portanto, para se entender plenamente um texto, o leitor deve ter o mesmo conhecimento de quem o escreveu.

Com isso passaram a considerar outras formas de análises de texto, admitir que todos os falantes de uma língua possuem:

Competência formativa: capacidade de produzir, compreender e avaliar a formação de um número infinito de textos.

Competência transformativa: capacidade de transformar um texto, seja resumindo-o, reformulando-o, ou parafraseando-o.

Competência qualificativa: capacidade de produzir e classificar um texto de um determinado tipo ou gênero textual.

Além dessas competências, segundo Koch, todos os indivíduos teriam a capacidade de identificar um texto como um texto, possuir critérios para delimitar um texto e possibilidade de diferenciá-lo.

3ª Fase – Teoria de Texto

Passaram, nesta etapa, a deixar a competência textual de lado. Começaram a se preocupar com o contexto, o conjunto de interferências externas, e a interação entre o escritor e o leitor ou o falante e o ouvinte. A intenção do escritor ou falante ao produzir um texto passou a ser levada muito em conta.


Assim, atualmente, a Linguística investiga e estuda o texto como unidade básica de comunicação e não mais as palavras e frases isoladamente.

By Sthefani Curtz
Posted by Pamela Silva