terça-feira, 17 de março de 2015

Morfossintaxe I

Morfossintaxe é a análise morfológica e sintática de um enunciado.
A morfologia estuda a classificação das palavras dentro de suas classes gramaticais, são elas:
  • Verbos;
  • Adjetivos;
  • Pronomes;
  • Conjunções;
  • Artigos;
  • Preposições;
  • Interjeições;
  • Substantivos;
  • Numerais;
  • Advérbios

Além disso, a análise morfológica, ou mórfica, estuda a estruturação e formação de palavras a partir de suas menores partículas significativas: os morfemas.
Os morfemas podem aparecer em forma de:
  • Morfemas Lexicais, também chamados de Lexemas;
  • Morfemas Gramaticais, também chamados de Gramemas.


Os gramemas subdividem-se em:
  • Classificatórios;
  • Flexionais;
  • Derivacionais;
  • Relacionais.


Gramemas Classificatórios


Servem para definir a estrutura da palavra como nominal ou verbal, por meio da vogal temática.
Ex.:



Mas e com relação aos verbos que possuem como vogal temática a letra [o], como “pôr”, “supor”, “sobrepor”?
Esses verbos são classificados na 2ª Conjugação, pois fazendo uma análise histórica o verbo “pôr” e suas derivações possuíam na forma infinitiva a terminação [er], assim sendo: “poer” etc.
A ausência de vogal temática em alguns nomes cria as formas atemáticas (como ocorrem em palavras terminadas em consoantes e vogais tônicas).

Gramemas Flexionais


Servem para indicar, nos substantivos o gênero e número, e em verbos, o modo, o tempo, o número e a pessoa.
Os Gramemas Flexionais podem ser:

  • Aditivos;
  • Cumulativos;
  • Subtrativos;
  • Alternativos;
  • Morfemas Zero;
  • Alomorfe.


Gramemas Aditivos
Ocorrem quando há o acréscimo de morfemas que se ligam ao morfema lexical da palavra. Ex.:


Gramemas Cumulativos
Ocorrem sempre em verbos e neles há o acréscimo de morfemas ao morfema lexical (L) que trazem informações, respectivamente, de Modo (M) e Tempo (T) e de Número (N) e Pessoa (P). Ex.:


Gramemas Subtrativos
Ocorrem quando há a eliminação de morfemas em casos de mudanças de gênero da palavra original. Ex.:


Em todas as situações acima se percebe a perda do morfema [o], que é o indicativo de masculino destas palavras.

Gramemas Alternativos
Ocorrem quando, na mudança de gênero ou número, há troca de fonemas ou de morfemas. Ex.:


Nota-se aqui a mudança do [o] fechado para o [o] aberto quando essas palavras são colocadas no plural ou no feminino.


Já neste caso há a troca do morfema [o] pelo morfema [a], pela mudança de gênero ocorrida.

Morfema Zero
Ocorre em palavras que não podem ser divididas em diferentes morfemas, pois são compostas apenas de um gramema lexical. Nestes casos o morfema zero é representado por [Æ]. Ex.:


Pode-se ver que a palavra “garotinhos” sofre divisões mórficas, já as palavras "garoto", “mar” e “sol” não podem ser divididas, pois apresentam somente um morfema.

Gramemas Alomorfes

Ocorrem quando somente com a palavra não se pode definir seu gênero ou número. Ex.:


Nota-se, então, que só é possível definir o gênero ou o número desse tipo de palavras pelos artigos que a precedem.

Gramemas Derivacionais

Servem para formar novas palavras e assim enriquecem o léxico, servem como base de outras derivações e possibilitam um inventário vocabular mais amplo aos falantes.
As principais formas em que são encontrados os gramemas derivacionais são como:
  • Afixos (Sufixos e Prefixos)
  • Variação de Grau em Substantivos (Aumentativo e Diminutivo)

Ex.:


Nos exemplos acima os morfemas [in], [mente], [inh], [mento] são gramemas derivacionais.
Diferente dos gramemas flexionais, os derivacionais, apesar de terem formas corretas prescritas pela gramática normativa, não seguem regras ou coerência.

Gramemas Relacionais

Servem para ordenar os elementos de uma frase, eles também são responsáveis pela ligação coerente de lexemas distintos. Eles podem aparecer como
  • Preposições
  • Conjunções
  • Pronomes Relativos

Ex.:

Nos exemplos acima, as palavras grifadas são gramemas relacionais sendo, respectivamente, pronomes relativos, preposição e conjunção.



Um comentário:

  1. Me e nos não são pronomes relativos, mas, sim, pronomes pessoais oblíquos.

    ResponderExcluir