sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Nossos Queridos Esquemas Arbóreos

A corrente gerativista, criada a partir dos estudos de Chomsky, teve como primeiro modelo a Gramática Transformacional propondo uma análise da linguagem de forma sistemática, com aplicação de regras. Acerca desse estudo da língua, as sentenças são analisadas em segmentos chamados constituintes oracionais. Os sintagmas.
Como exemplo uma análise da frase “O aluno leu o livro” temos:



O Sintagma Nominal, sempre simbolizado pela sigla SN, pode ser formado por:



Det: Determinante
Mod: Modificador
N: Nome
Pro: Pronome

Vejamos que na frase o Sintagma Nominal da frase “O menino leu o livro” é formado pelo determinante (Det) “O”, artigo definido que determina o substantivo-nome (N) “menino”.
Os determinantes são formados por: Artigo, numeral, Pronomes demonstrativos e possessivos, que, por sua vez, podem ser divididos em pré-det, det-base e pós-det. O primeiro sendo as expressões partitivas e expressões generalizadoras, o segundo pelos artigos e demonstrativos e o último por numerais e possessivos.
Em algumas sentenças o SN não é preenchido lexicalmente na frase, mas em sua reescrita estrutural é preciso apontá-lo. Isso acontece em orações em que o verbo é um fenômeno da natureza, no qual possui sujeito oculto. Nessas ocasiões escrevemos com um sinal de vazio ∆.
Ex: Amanheceu além do arco-íris



O Sintagma Verbal ou S.V. é um elemento básico da sentença, formado prioritariamente por verbos, sendo estes verbos de ação ou os de ligação, chamados cópulas. No SV há variantes configurações de estruturas.
Na frase “O menino leu o livro”, o SV se forma a partir do verbo “leu” e por outro SN “o” determinante (DET) e “livro” nome (N).
Os SVs. podem estruturar-se nas seguintes formas:
SV -> V
SV -> V+SN
SV -> Cóp + SA
SV -> V+ SP
SV -> Cóp +SP
SV -> Cóp + SN
SV -> V+SN

Os Sintagmas Preposicionados geralmente são constituídos de preposição seguida de SN.
Exemplo de sentença com SP: “Meus filhos adotivos têm carinho por mim”.


By Zeneide Ferreira Santos
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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Música sobre Sincronia

De uma forma musical, nós iremos definir 
o termo sincronia introduzido por Saussure 
pode se dizer que esse estudo observa
as transformações da língua em uma determinada época
Fatos simultâneos que ocorreram ao mesmo tempo 
sem nenhuma referência à sua evolução no tempo
O aspecto sincrônico é o mais relevante 
que constitui a realidade da massa falante.

Posted by Sthefani Curtz

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Gerativismo

A base do gerativismo é o estudo da frase. O pai desse paradigma de estudo linguístico é Chomsky. 
Chomsky é o primeiro a dizer – não, vamos repensar a linguística - muitas vezes quebrando a teoria de Saussure, outras apoiando. A grande contribuição (área) de Chomsky é a Sintaxe e a estrutura linguística. Apresentava um desafio contra o behaviorismo (linguagem externa e repetição, feita por experimentos).
Ele diz que a linguagem é inata, interna, um mecanismo que acionamos quando falamos. Um processo cognitivo. 
Costuma-se entender pro frase a expressão verbal de um pensamento, ou seja, todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer comunicação. Por meio dela, podem-se expressar juízos, descrever ações, estados ou fenômenos, transmitir apelos ou ordens, exteriorizar emoções.
Toda frase de uma língua necessita de uma organização, uma combinação de elementos linguísticos agrupados segundos certos princípios que a caracterizam como uma estrutura.

A gramática gerativa é formada de três partes: 
  • Um componente sintático
  • Um componente semântico
  • Um componente fonológico e fonético


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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Variações Linguísticas

A língua é o sistema que usa uma comunidade humana para desenvolver a comunicação e como tal deve ser vista em dois aspectos, o prescritivo (a forma correta, porém não necessariamente a mais usada de se falar) e o descritivo (que é a linguagem em seu uso real).
Este último é a forma de análise da Linguística, que considera diferentes pontos ao descrever sua forma de se comunicar e, diferentemente de outras áreas como a gramática normativa, não considera errado nenhum modo de falar. Apenas considera aquela linguagem apropriada ou inapropriada para aquela determinada situação conversacional.
A Linguística leva em conta os fatores externos e internos que levaram as pessoas a falarem de certa maneira. Dentre esses fatores, podemos destacar quatro pontos principais, chamados de variações:


  • Variação Histórica ou diacrônica
  • Variação Geográfica/Regional ou diatópica
  • Variação Sociocultural ou diastrática
  • Variação Individual/Estilística ou diafásica


Variação Histórica


Também chamada de Diacrônica do grego Dia, que significa através de, e Kronos, que significa tempo.
Como a língua está sempre se modificando pelo seu uso diário, as palavras e expressões mudam de época em época progressivamente.
Como, por exemplo, a pronome de tratamento ‘você’:
A origem etimológica da palavra ‘você’ encontra-se na expressão de tratamento ‘vossa mercê’ (mercê significa graça, concessão), era um tratamento dado a pessoas às quais não era possível se dirigir pelo pronome tu por serem pessoas importantes, como à Familia Real, inicialmente, e aos senhores feudais, posteriormente, que se transformou sucessivamente em "vossemecê", "vosmecê", "vancê" e, por fim, ‘você’, que ainda pode ser transformado na linguagem oral em ‘cê’ e na linguagem escrita em ‘vc’.

Variação Geográfica/Regional


Também chamada de Diatópica do grego Dia, que significa através de, e Topos, que significa lugar.
Ocorrem em razão de diferenças regionais, são variações de vocabulário e/ou pronúncia de palavras entre locais diferentes que falam o mesmo idioma.
Essa variação pode ocorrer tanto ao se tratar de diferentes regiões de um mesmo país ou de países distintos que utilizam a mesma língua. E se dá, porque esses locais têm uma história diferente, tiveram influências diferentes e algumas vezes têm até mesmo culturas diferentes e isso tudo contribui para a modificação da língua.
Por exemplo, a macaxeira, muito consumida no Norte e no Nordeste é chamada de aipim ou mandioca no Sudeste, Assim como mexerica pode se chamar tangerina, ou abóbora se chamar jerimum.
E contrastando o Português brasileiro, com o de Portugal (respectivamente), temos várias diferenças que causam certo estranhamento, por exemplo: Moça/Rapariga, Cafezinho/Bica, Calcinha/Cueca, Fila/Bicha, Injeção/Pica, Pão Francês/Cacetinho, Garoto/Puto, Caixinha/Boceta, entre outras expressões que sem um conhecimento prévio gerariam confusão e desconforto.

Variação Sociocultural


Também chamada de Diástrática do grego Dia, que significa através de, e Stratu, que significa camada.
São variações pertencentes a grupos específicos. Nestas variações, podemos destacar as gírias, relacionadas a grupos sociais como os surfistas, emos, patricinhas, pagodeiros, funkeiros, skatistas, roqueiros, grafiteiros, geeks etc. e os jargões que se relacionam mais aos grupos profissionais como os médicos, advogados, professores, profissionais de informática, entre outros.
Além de grupos sociais, também há as variações que se dão devido a características específicas como faixa etária, gênero, estrato social, escolaridade etc.

Variação Individual/Estilística


Também chamada de Diafásica do grego Dia, que significa através de, e Phásis, que significa expressão.
Esse tipo de variação modifica maneiras de falar e se expressar de pessoa para pessoa, pois cada um tem suas características próprias, suas “manias” na hora da fala. E esse modo de falar além de ser diferente para cada pessoa, pode ser diferente para uma mesma pessoa dependendo da situação conversacional em que se encontra.
Por exemplo, em um encontro com amigos, a maneira como eles iriam interagir não seria a mesma que esses mesmos amigos teriam em uma entrevista de emprego, ou no local de trabalho falando com seu chefe, nem a mesma que eles utilizariam para falar com alguém com quem se tem mais carinho, como um familiar próximo, cônjuge, etc. Temos a habilidade, de saber automaticamente, como adequar nossa linguagem levando em consideração a situação em que nos encontramos. 
E há também a variação que ocorre pelo estado emocional da pessoa, que a leva a ter uma linguagem diferente se ela estiver feliz, brava, agitada, com dor, apaixonada, animada, tímida etc.

Posted by Sthefani Curtz

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Evanildo Bechara

Quinto ocupante a Cadeira nº 33, eleito em 11 de dezembro de 2000, na sucessão de Afrânio Coutinho e recebido em 25 de maio de 2001 pelo Acadêmico Sergio Corrêa da Costa.
Evanildo Cavalcante Bechara nasceu no Recife (PE), em 26 de fevereiro de 1928. Aos onze para doze anos, órfão de pai, transferiu-se para o Rio de Janeiro, a fim de completar sua educação em casa de um tio-avô.
Desde cedo mostrou vocação para o magistério, vocação que o levou a fazer o curso de Letras, modalidade Neolatinas, na Faculdade do Instituto La-Fayette, hoje UERJ, Bacharel em 1948 e Licenciado em 1949.
Aos quinze anos conheceu o Prof. Manuel Said Ali, um dos mais fecundos estudiosos da língua portuguesa, que na época contava entre 81 e 82 anos. Essa experiência permitiu a Evanildo Bechara trilhar caminhos no campo dos estudos linguísticos. Aos dezessete, escreve seu primeiro ensaio, intitulado Fenômenos de Intonação, publicado em 1948, com prefácio do filólogo mineiro Lindolfo Gomes. Em 1954, é aprovado em concurso público para a cátedra de Língua Portuguesa do Colégio Pedro II e reúne no livro Primeiros Ensaios de Língua Portuguesa artigos escritos entre os dezoito e vinte e cinco anos, saídos em jornais e revistas especializadas.
Concluído o curso universitário, vieram-lhe as oportunidades de concursos públicos, que fez com brilho, num total de onze inscritos e dez realizados. Aperfeiçoou-se em Filologia Românica em Madri, com Dámaso Alonso, nos anos de 1961 e 1962, com bolsa oferecida pelo Governo espanhol. Doutor em Letras pela UEG (atual UERJ), em 1964.
Convidado pelo Prof. Antenor Nascentes para seu assistente, chega à cátedra de Filologia Românica da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da UEG (atual UERJ) em 1964. Professor de Filologia Românica do Instituto de Letras da UERJ, de 1962 a 1992. Professor de Língua Portuguesa do Instituto de Letras da UFF, de 1976 a 1994.
Professor titular de Língua Portuguesa, Linguística e Filologia Românica da Fundação Técnico-Educacional Souza Marques, de 1968 a 1988. Professor de Língua Portuguesa e Filologia Românica em IES nacionais (citem-se: PUC-RJ, UFSE, UFPB, UFAL, UFRN, UFAC) e estrangeiras (Alemanha, Holanda e Portugal).
Em 1971-72 exerceu o cargo de Professor Titular Visitante da Universidade de Colônia (Alemanha) e de 1987 a 1989 igual cargo na Universidade de Coimbra (Portugal).
Professor Emérito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1994) e da Universidade Federal Fluminense (1998).
Dentre suas teses universitárias contam-se os seguintes títulos: A Evolução do Pensamento Concessivo no Português (1954), O Futuro em Românico (1962), A Sintaxe Nominal na Peregrinatio Aetheriae ad Loca Sancta (1964), A Contribuição de M. Said Ali para a Filologia Portuguesa (1964), Os Estudos sobre Os Lusíadas de José Maria Rodrigues (1980), As Fases Históricas da Língua Portuguesa: Tentativa de Proposta de Nova Periodização (1985). Autor de duas dezenas de livros, entre os quais a Moderna Gramática Portuguesa, amplamente utilizada em escolas e meios acadêmicos, e diretor da equipe de estudantes de Letras da PUC-RJ que, em 1972, levantou o corpus lexical do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, sob a direção geral de Antônio Houaiss.
Orientador de dissertações de Mestrado e de teses de Doutoramento no Departamento de Letras da PUC-RJ, no Instituto de Letras da UFF e no Instituto de Letras da UERJ, desde 1973. Membro de bancas examinadoras de dissertações de Mestrado, de teses de Doutoramento e de Livre-Docência na Faculdade de Letras da UFRJ, no Instituto de Letras da UERJ e em outras IES do país, desde 1973. Membro de bancas examinadoras de concursos públicos para o magistério superior no Instituto de Letras da UFF, no Instituto de Letras da UERJ e no Departamento de Letras da USP, desde 1978.
Foi Diretor do Instituto de Filosofia e Letras da UERJ, de 1974 a 1980 e de 1984 a 1988; Secretário-Geral do Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro, de 1965 a 1975; Diretor do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, de 1976 a 1977; Membro do Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro, de 1978 a 1984; Chefe do Departamento de Filologia e Linguística do Instituto de Filosofia e Letras da UERJ, de 1981 a 1984; Chefe do Departamento de Letras da Fundação Técnico-Educacional Souza Marques, de 1968 a 1988.
Membro titular da Academia Brasileira de Filologia, da Sociedade Brasileira de Romanistas, do Círculo Lingüístico do Rio de Janeiro. Membro da Société de Linguistique Romane (de que foi membro do Comité Scientifique, para o quadriênio 1996-1999) e do PEN Clube do Brasil. Sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Internacional da Cultura Portuguesa.
Doutor Honoris Causa da Universidade de Coimbra (2000).
Distinguido com as medalhas José de Anchieta e de Honra ao Mérito Educacional (da Secretaria de Educação e Cultura do Rio de Janeiro), e medalha Oskar Nobiling (da Sociedade Brasileira de Língua e Literatura).
Foi convidado por acadêmicos amigos para candidatar-se à Academia Brasileira de Letras, na vaga do grande Mestre Afrânio Coutinho, na alegação de que a instituição precisava de um filólogo para prosseguir seus deveres estatutários no âmbito da língua portuguesa. Foi Diretor Tesoureiro da Instituição (2002-2003) e Secretário-Geral (2004-2005). Criou a Coleção Antônio de Morais Silva, para publicação de estudos de língua portuguesa, e é membro da Comissão de Lexicologia e Lexicografia e da Comissão de Seleção da Biblioteca Rodolfo Garcia.
Entre centenas de artigos, comunicações a congressos nacionais e internacionais, Bechara escreveu livros que já se tornaram clássicos, pelas suas sucessivas edições.
Diretor da revista Littera (1971-1976) – 16 volumes publicados; da revista Confluência (1990-2005) – até agora com 30 volumes publicados.
Foi eleito por um colegiado de educadores do Rio de Janeiro, com apoio da Folha Dirigida, uma das dez personalidades educacionais de 2004 e 2005. A convite da Nova Fronteira integra o Conselho Editorial dos diversos volumes do Dicionário Caldas Aulete.
Em 2005 foi nomeado membro do Conselho Estadual de Leitura do Rio de Janeiro e da Comissão para a Definição da Política de Ensino, Aprendizagem, Pesquisa e Promoção da Língua Portuguesa, iniciativa do Ministério da Educação.


Dentre várias obras publicadas por Evanildo Bechara, podemos dizer, como estudantes de Letras, que uma das mais importante foi a Moderna Gramática Portuguesa.


Com a evolução dos estudos linguísticos e das pesquisas em língua portuguesa, há muito não saía uma gramática completa que pudesse dar conta deste progresso.

Esta lacuna é agora preenchida pela edição da Moderna Gramática Portuguesa, do profº Evanildo Bechara, revista e atualizada, também na grafia, pelo autor, eminente estudioso e pesquisador de nosso idioma, e representante da Academia Brasileira de Letras no novo Acordo Ortográfico.

Acertando o passo com este progresso, a Moderna Gramática Portuguesa põe nas mãos dos professores, alunos e estudiosos a mais completa soma de fatos e soluções de dúvidas em língua portuguesa.

Esta obra aborda os seguintes temas – Breve história externa da língua portuguesa; Teoria gramatical; Linguagem – suas dimensões universais; Linguagem; Técnica livre do discurso e discurso repetido; Sistema, norma, fala e tipo linguístico; Propriedades dos estratos de estruturação gramatical; Língua comum e dialeto; Âmbitos de estudo da Gramática; Fonética e Fonologia; Vogais e consoantes; Acento de intensidade; Acento de intensidade na frase; Vocábulos tônicos e átonos – os clíticos; Consequência da próclise; Palavras que oferecem dúvidas quanto à posição da sílaba tônica; Palavras que admitem dupla prosódia; Inconsistência do gênero gramatical; Aumentativos e diminutivos afetivos; Comparativos e superlativos irregulares; Pronome substantivo e pronome adjetivo; Função do pronome átono em Dou-me ao trabalho; Reforços de demonstrativos; Formas nominais do verbo; Emprego do verbo – tempos e modos; Locução prepositiva; Conjunções e expressões enfáticas; Palavras cognatas; Enobrecimento do significado; Alternância entre adjetivo e advérbio; Regência; Os diversos tipos de sinais de pontuação; Aliteração; entre outros
FONTE:  LeLivros


Posted by Sthefani Curtz

ESTRUTURALISMO

O Estruturalismo foi criado por volta 1916 por meio do “Curso de Linguística Geral” de Ferdinand de Saussure, que cunhou o nome conhecido de sistema. O Estruturalismo é um dos métodos mais conhecidos para estudar todas as línguas e suas inter-relações e é também considerado uma ciência, no qual procura explorar a língua de acordo a sua cultura, pois de acordo com a teoria estrutural, os significados são produzidos e reproduzidos através de muitos fatores e fenômenos geográficos.  

A maior contribuição de Saussure foi o estudo das Dicotomias, são elas:

Sincronia/Diacronia 


Diacronia vem do grego kronos que significa tempo. Ela estuda a linguagem através do tempo. Já a Sincronia vem do grego sin. Ela estuda a língua em um determinado período do tempo.

Língua/Fala


A língua se opõe à fala, a língua é coletiva e a fala individual, a língua é social e é utilizada por mais de um indivíduo enquanto a fala é utilizada por indivíduos, vistos em sua individualidade.

Significante/Significado


O significante é a imagem acústica, enquanto o significado é o conceito.




Paradigma/Sintagma


As dicotomias paradigmas são as possibilidades que podem ocorrer já os sintagmas são o que está inserido na frase, pertencem e estão relacionadas com a língua e com a fala, pois estão ligadas ao sistema estrutural. Ambas ocorrem em todos os níveis da língua.




Posted by Sthefani Curtz


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

As Línguas Transnacionais

Embora haja diferenças vocabulares entre países que falam um mesmo idioma, o português apresenta formas divergentes onde teriam tudo para ser iguais

Praticamente todas as línguas apresentam variedades regionais, isto é, diferenças no modo de falar (pronúncia, vocabulário, sintaxe) perceptíveis de uma região a outra do território em que a língua é falada. Mesmo idiomas falados em áreas restritas costumam apresentar variações. Às vezes, é possível observar mudanças até entre bairros de uma mesma cidade. Basta lembrar o "mooquês" (do bairro da Mooca, em São Paulo) ou o inglês do Brooklyn, em Nova York. Sobretudo as línguas transnacionais (faladas em vários países) têm variedades com diferenças significativas, como é o caso do inglês (variedades britânica, americana, jamaicana, africana, asiática), espanhol (ibérico, sul-americano, centro-americano), alemão da Alemanha e da Áustria, holandês dos Países-Baixos e da Bélgica, e assim por diante. O português, idioma intercontinental, falado em sete países, não foge à regra. Pode-se detectar nele pelo menos três variedades: a lusitana, a brasileira e a africana (esta mais próxima da lusitana).

Quando se trata de variedades regionais dentro de um mesmo território, o principal aspecto a denunciar a variação é a pronúncia: diferenças de vocabulário só costumam aparecer a grandes distâncias; diferenças sintáticas são raras nesses casos. Já as variedades nacionais são mais perceptíveis: diferenças fonéticas acentuadas, maior variabilidade lexical, divergências ortográficas e até um sentimento nacionalista em relação à própria fala, como chamar o português do Brasil de "língua brasileira".

Diferenças Regionais do Português Brasileiro


1) Tupi Importado


A Amazônia fala de um modo bem diferente do vizinho Nordeste. A razão para isso é que lá quase não houve escravidão de africanos. Predominou a influência do tupi, língua que não era falada pelos índios da região, mas foi importada por jesuítas no processo de evangelização.

2) Minha Tchia


O litoral nordestino recebeu muitos escravos negros, enquanto o interior encheu-se de índios expulsos da costa pelos portugueses. Isso explica algumas diferenças dialetais. No Recôncavo Baiano, o "t" às vezes é pronunciado como se fosse "tch". É o caso de "tia", que soa como "tchia". Ou de "muito", frequentemente pronunciado "mutcho'". No interior, predomina o "t" seco, dito com a língua atrás dos dentes.

3) Maternidade


   A exploração do ouro levou gente do Brasil todo para Minas no século XVIII. Como toda a mão de obra se ocupava da mineração, foi necessário criar rotas de comércio para importar comida. Uma delas ligava a zona do minério com o atual Rio Grande do Sul, onde se criavam mulas, via São Paulo. As mulas, que não se reproduzem, eram constantemente importadas para escoar ouro e trazer alimentos. Também espalharam a língua brasileira pelo centro-sul.

4) Chiado Europeu


Quando a família real portuguesa mudou-se para o Rio, em 1808, fugindo de Napoleão, trouxe 16.000 lusitanos. A cidade tinha 50 mil habitantes. Essa gente toda mudou o jeito de falar carioca. Data daí o chiado no "s", como em "festa", que fica parecendo "feishta". Os portugueses também chiam no "s".

5) Tu e Você


Os tropeiros paulistas entraram no Sul no século XVIII pelo interior, passando por Curitiba. O litoral sulista foi ocupado pelo governo português na mesma época com a transferência de imigrantes das Ilhas Açores. A isso se deve a formação de dois dialetos. Na costa, fala-se "tu", como é comum até hoje em Portugal. No interior de Santa Catarina, adota-se o "você", provavelmente espalhado pelos paulistas.

6) Porrrrta


Até o século passado, a cidade de São Paulo falava o dialeto caipira, característico da região de Piracicaba. A principal marca desse sotaque é o "r" muito puxado. A chegada dos migrantes, que vieram com a industrialização, diluiu esse dialeto e criou um novo sotaque paulistano, fruto da combinação de influências estrangeiras e de outras regiões brasileiras.

Retirado de: Aldo Bizzocchi / Super Interessante, abril 2000, p.49
By Eduardo Santos

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terça-feira, 2 de setembro de 2014

O Primeiro Texto em Português - A Cantiga da Ribeirinha

A chamada “Cantiga da Ribeirinha” ou “Cantiga da Guarvaia”, do trovador Paio Soares de Taveirós é considerada a mais antiga composição poética documentada em língua portuguesa (galego-portuguesa), a data de sua redação foi provavelmente 1189 ou 1198. Essas datas, no entanto, são motivos de muita discussão entre os filólogos que se dedicam a esses estudos, e há quem prefira dizer que o poema não pode ter sido feito antes de 1200. 

Além disso, o próprio texto ainda não foi definitivamente fixado, havendo variantes interpretativas que chegam a permitir ver no poema uma cantiga de amor ou uma cantiga de escárnio e maldizer. Somam-se a isso mais um motivo de dúvidas, sendo provável que o texto originalmente apresentasse uma terceira estrofe, hoje perdida. Há até uma hipótese recente que contesta a autoria de Paio Soares de Taveirós, atribuindo a cantiga a Martim Soares.

O Poema


Ribeirinha

No mundo non me sei parelha,
Mentre me for como me vai,
Ca já moiro por vós – e ai!
Mia senhor branca e vermelha,
Queredes que vos retraia
Quando vos eu vi em saia!
Mau dia me levantei,
Que vos enton non vi fea!
E, mia senhor, dês aquel di’, ai!
Me foi a mim mui mal,
E vós, filha de don Paai
Moniz, e bem vos semelha
D’haver eu por vós guarvaia,
Pois, eu, mia senhor, d’alfaia
Nunca de vós houve nen hei
Valia d’ua Correa.
(Paio Soares de Taveirós)

Retirado de: http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/32033/cantiga-de-ribeirinha-literatura-portuguesa [EDITADO]

Significado aproximado no Português atual


No mundo ninguém se assemelha a mim
enquanto a minha vida continuar como vai
porque morro por ti e ai
minha senhora de pele alva e faces rosadas,
quereis que eu vos descreva (retrate)
quanto eu vos vi sem manto (saia : roupa íntima)
Maldito dia! me levantei
que não vos vi feia (ou seja, viu a mais bela).
E, minha senhora, desde aquele dia, ai
tudo me foi muito mal
e vós, filha de don Pai
Moniz, e bem vos parece
de ter eu por vós guarvaia (guarvaia: roupas luxuosas)
pois eu, minha senhora, como mimo (ou prova de amor) de vós nunca recebi
algo, mesmo que sem valor.

Retirado de: http://www.passeiweb.com/estudos/livros/cantiga_da_ribeirinha

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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

"Linguagem" por Louis Hjelmslev

A linguagem - a fala humana - é uma inesgotável riqueza de múltiplos valores. A linguagem é inseparável do homem e segue-o em todos os seus atos. A linguagem é o instrumento graças ao qual o homem modela o seu pensamento, seus sentimentos, suas emoções, seus esforços, sua vontade e seus atos, o instrumento graças ao qual ele influencia e é influenciado, a base última e mais profunda da sociedade humana. Mas é também o recurso último e indispensável do homem, seu refúgio nas horas solitárias em que o espírito luta com a existência, e quando o conflito se resolve no monólogo do poeta e na meditação do pensador. Antes mesmo do primeiro despertar de nossa consciência, as palavras já ressoavam a nossa volta, prontas para envolver os primeiros germes frágeis de nosso pensamento e a nos acompanhar inseparavelmente através da vida, desde as mais humildes ocupações da vida cotidiana aos momentos mais sublimes e mais íntimos dos quais a vida de todos os dias retira, graças às lembranças encarnadas pela linguagem, força e calor. A linguagem não é um simples acompanhante, mas sim um fio profundamente tecido na trama do pensamento; para o indivíduo, ela é o tesouro da memória e a consciência vigilante transmitida de pai para filho. Para o bem e para o mal, a fala é a marca da personalidade, da terra natal e da nação, o título de nobreza da humanidade. O desenvolvimento da linguagem está tão inextricavelmente ligado ao da personalidade da cada indivíduo, da terra natal, da nação, da humanidade, da própria vida, que é possível indagar-se se ela não passa de um simples reflexo ou se ela não é tudo isso: a própria fonte do desenvolvimento dessas coisas.
(Hjelmslev, 1975: 1-2)
Posted by Sthefani Curtz

terça-feira, 1 de julho de 2014

Clássicos da Literatura

Quando comecei a pesquisar os clássicos literários, eu pretendia apenas fazer uma lista de sugestões para leitura com bons livros que são considerados "clássicos".
Mas durante a pesquisa achei uma boa explicação de como os livros são classificados como clássicos, afinal são poucas as pessoas que sabem explicar realmente o porquê dos clássicos serem considerados clássicos. O que impede, afinal, de simples best-sellers serem tidos como clássicos, já que foram lidos por milhares de pessoas ao redor do mundo? É o que veremos a seguir...

Romances clássicos são celebrados por acadêmicos, críticos e professores como sendo leituras obrigatórias para qualquer pessoa que pretenda seriedade em relação à literatura. Esses livros são cobrados em vestibulares e concursos por todo o Brasil, sendo alvo de análise em qualquer escola, nas aulas de Literatura.
Apesar disso, são livros temidos pela maioria dos alunos de Ensino Médio, que não costumam ter o menor interesse na leitura de um volume empoeirado, com palavras difíceis, escrito por alguém que morreu muito tempo atrás.
Existe ainda muita confusão, no entanto, em relação ao que exatamente torna um livro clássico ou não. Com uma variedade tão grande de gêneros e centenas de títulos para escolher, o que faz com que essas obras valham a pena?

Crítica Social e Política na Literatura Clássica


Um romance clássico deve ser produto de seu próprio tempo. Escritores têm sido influenciados, ao longo da história, pelo mundo que os rodeia, de forma que seus livros refletem suas realidades e as usam para criticar o cenário social e político da sociedade de determinada época. Ou seja, a literatura clássica serve para ensinar aos leitores algo a respeito de seu próprio mundo.
Um bom exemplo disso é o romance Frankenstein (1818), de Mary Shelley, com o qual eu trabalhei ano passado nas oitavas séries da escola onde leciono Literatura. Shelley, através da narrativa de um experimento científico que deu muito errado, aborda os problemas do mundo que se deparava com a Revolução Industrial em meio aos valores iluministas. Ela usa o monstro criado pelo Dr. Frankenstein para demonstrar os problemas de brincar com a força divina, bem como o conflito entre o homem a natureza.
Outro exemplo é o aclamado Orgulho e Preconceito (1813), de Jane Austen, que, apesar de não se ater a problemas sociais ou políticos de nível global, aprofunda-se no estudo das expectativas e decoro social da Inglaterra Vitoriana. Seus romances, que estão entre os meus preferidos, são uma ótima forma de um leitor de hoje entender o que significava ser mulher (e pertencer à sociedade) no século XIX.

Atemporalidade e Universalidade na Literatura Clássica


Para ser considerado um clássico da literatura, um romance não precisa apenas abordar algum problema de seu tempo, mas também ser atemporal. Isso significa que apesar de lidar com problemas sociais e/ou políticos do passado, um livro clássico possui um tema geral que continua sendo relevante para o mundo de hoje.
A universalidade de um romance é outro fator que ajuda a torná-lo um clássico. Embora todo livro seja escrito em um lugar específico, seu enredo precisa ser significativo em qualquer país, sob influência de qualquer cultura, para ser considerado universal.
Anna Karenina (1877), do russo Leon Tolstoy, é um incrível exemplo de romance universal e atemporal. Ele ainda é muito popular nos dias de hoje, apesar de ter sido escrito há mais de cem anos. Anna Karenina explora temas como ciúme, casamento, expectativas sociais e paixão, temas completamente atemporais e relevantes em qualquer lugar do mundo.
Todos os grandes clássicos lidam com temas morais, que fazem parte da natureza humana, ou com simples emoções e desejos, de um modo que transcendem tempo e espaço.

A linguagem dos clássicos da literatura


A linguagem é importante em qualquer obra de ficção, por isso um romance clássico deve usá-la efetivamente. Um livro que não for bem escrito não resistirá ao teste do tempo. Madame Bovary (1856), de Gustave Flaubert, é um exemplo de romance que tem sido saudado como o mais bem escrito e perfeitamente organizado de todos os tempos. Com uma recomendação dessas, é natural que ele seja indicado para todos os amantes da literatura.
Influência na literatura futura
Romances considerados clássicos têm grande influência na literatura. Eles causaram e ainda causam uma impressão duradoura em nossa cultura literária. Qualquer bom escritor deve ter lido, relido e estudado os clássicos antes de embarcar em sua própria jornada literária. Aí está o porquê de você frequentemente ver menções a textos clássicos em romances atuais, já que os autores costumam prestar homenagem àqueles que os antecederam e formaram a literatura da forma como é vista hoje.

Romance clássico x Clássico contemporâneo


Existe, ainda, uma distinção que pode ser feita entre romance clássico e clássico contemporâneo. Não existe nenhuma regra em torno disso, mas costuma ser aceito que romances clássicos devem ter sido escritos antes do século XX.
Para ser considerado um clássico contemporâneo, um livro também precisa resistir ao teste do tempo, já que pelo menos 40 anos de sua publicação devem ter passado antes de merecer tal denominação. As qualidades acima — dar uma boa visão sobre seu tempo ao leitor, ser atemporal, universal e usar efetivamente a linguagem — também são necessárias, evidentemente.

Lista de Clássicos da Literatura


Ilíada (séc. VIII a. C.), de Homero (Download)
Odisseia (séc. VIII a. C.), de Homero
As mil e uma noites (850 a.C.), de autor desconhecido
O asno de ouro (1469), de Apuleio
Gargântua e Pantagruel (1532-64), de François Rabelais
Os Lusíadas (1572), de Luiz Vaz de Camões (Download)
Dom Quixote (1605-15), de Miguel de Cervantes Saavedra (Download)
Robinson Crusoé (1719), de Daniel Defoe
As viagens de Gulliver (1726), de Jonathan Swift (Download)
Tom Jones (1749), de Henry Fielding
Cândido (1759), de Voltaire
Emílio ou da educação (1762), de Jean Jacques Rousseau
O Castelo de Otranto (1765), de Horace Walpole
Os Sofrimentos do jovem Werther (1774), de Johann Wolfgang von Goethe
Os 120 dias de Sodoma (1785), de Marquês de Sade
Razão e Sensibilidade (1811), de Jane Austen
Orgulho e Preconceito (1813), de Jane Austen
Mansfield Park (1814), de Jane Austen
Emma (1816), de Jane Auten
Frankenstein (1818), de Mary Wollstonecraft Shelley
Ivanhoé (1820), de sir Walter Scott
O último dos moicanos (1826), de James Fenimore Cooper
O vermelho e o negro (1831), de Stendhal
O corcunda de Notre-Dame (1831), de Victor Hugo
Oliver Twist (1833), de Charles Dickens
Pai Goriot (1834-35), de Honoré de Balzac
A queda da casa de Usher (1839), de Edgar Allan Poe (apesar de ser um conto, decidi incluí-lo)
Almas mortas (1842), de Nicolai Gógol
Ilusões perdidas (1843), de Honoré de Balzac
Os três mosqueteiros (1844), de Alexandre Dumas
A moreninha (1844), de Joaquim Manuel de Macedo
O conde de Monte Cristo (1845-46), de Alexandre Dumas
Jane Eyre (1847), de Charlotte Brontë
O morro dos ventos uivantes (1847), de Emily Brontë
David Copperfield (1850), de Charles Dickens
Moby Dick (1851), de Herman Melville
A cabana do Pai Tomás (1852), de Harriet Beecher Stowe
Walden ou A vida nos bosques (1854), de Henry David Thoreau
Memórias de um sargento de milícias (1854 e 1855), de Manuel Antônio de Almeida
Madame Bovary (1857), de Gustave Flaubert
Grandes Esperanças (1861), de Charles Dickens
Os miseráveis (1862), de Victor Hugo
Memórias do Subsolo (1864), de Fiódor Dostoiévski
Iracema (1865), de José de Alencar
Alice no País das Maravilhas (1865), de Lewis Carroll
Viagem ao centro da Terra (1866), de Júlio Verne
Crime e Castigo (1866), de Fiódor Dostoiévski
O Idiota (1868-9), de Fiódor Dostoiévski
Guerra e Paz (1869), de Leon Tolstói
Alice através do espelho (1871), de Lewis Carroll
A volta ao mundo em 80 dias (1873), de Júlio Verne
Senhora (1875), de José de Alencar
O crime do Padre Amaro (1876), de José Maria Eça de Queirós
Anna Karenina (1877), de Leon Tolstói
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), de Joaquim Maria Machado de Assis
A Ilha do Tesouro (1883), de Robert Louis Stevenson
A morte de Ivan Ilitch (1884), de Leon Tolstói
As aventuras de Huckleberry Finn (1885), de Mark Twain
Germinal (1885), de Émile Zola
O Ateneu (1888), de Raul Pompéia
Os Maias (1888), de José Maria Eça de Queirós
O Cortiço (1890), de Aluísio de Azevedo
O retrato de Dorian Gray (1891), de Oscar Wilde
Quincas Borba (1891), de Joaquim Maria Machado de Assis
As aventuras de Sherlock Holmes (1892), de sir Arthur Conan Doyle
A máquina do tempo (1895), de H. G. Wells
Drácula (1897), de Bram Stoker
A guerra dos mundos (1898), de H. G. Wells
Dom Casmurro (1899), de Joaquim Maria Machado de Assis
A cidade e as serras (1901), de José Maria Eça de Queirós
Os Sertões (1902), de Euclides da Cunha
Tarzan (1914), de Edgar Rice Burroughs
Triste fim e Policarpo Quaresma (1911, folhetim), de Lima Barreto
Retrato do artista quando jovem (1916), de James Joyce
Ulisses (1918-21, folhetim), de James Joyce
A montanha mágica (1924), de Thomas Mann
O processo (1925), de Franz Kafka
O grande Gatsby (1925), de F. Scott Fitzgerald
O Castelo (1926), de Franz Kafka
Em busca do tempo perdido (1913-27, em sete volumes), de Marcel Proust
O lobo da estepe (1927), de Hermann Hesse
O amante de Lady Chatterley (1928), de D. H. Lawrence
Orlando (1928), de Virginia Woolf
Macunaíma (1928), de Mário de Andrade
O quinze (1930), de Rachel de Queiroz
Reinações de Narizinho (1931), de Monteiro Lobato
Admirável mundo novo (1932), de Aldous Huxley
Menino de Engenho (1932), de José Lins do Rego
… E o vento levou (1936), de Margaret Mitchell
Angústia (1936), de Graciliano Ramos
Capitães de Areia (1937), de Jorge Amado
O Hobbit (1937), de J. R. R. Tolkien
Vidas Secas (1938), de Graciliano Ramos
Finnegans Wake (1939), de James Joyce
Por quem os sinos dobram (1940), de Ernest Hemingway
Xadrez (1942), de Stefan Zweig
O Estrangeiro (1942), de Albert Camus
Fogo morto (1943), de José Lins do Rego
O pequeno príncipe (1943), de Antoine de Saint-Exupéry
Ficções (1944), de Jorge Luis Borges
A revolução dos Bichos (1945), de George Orwell
Sagarana (1946), de João Guimarães Rosa
Doutor Fausto (1947), de Thomas Mann
1984 (1949), de George Orwell
O tempo e o vento (1949-62, em 5 volumes), de Érico Veríssimo
O apanhador no campo de centeio (1951), de J. D. Salinger
O velho e o mar (1952), de Ernest Hemingway
Grande Sertão: veredas (1955), de João Guimarães Rosa
Lolita (1955), de Vladimir Nabokov
O Senhor dos Anéis (1954-55), de J. R. R. Tolkien
On the Road (1957), de Jack Kerouac
Gabriela, cravo e canela (1958), de Jorge Amado
Bonequinha de luxo (1958), de Truman Capote
Almoço Nu (1959), de William Burroughs
Laranja Mecânica (1962), de Anthony Burgess
A redoma de vidro (1963), de Sylvia Plath
A paixão segundo G. H. (1964), de Clarice Lispector
A sangue-frio (1966), de Truman Capote
Cem anos de solidão (1967), de Gabriel García Márquez
2001: uma odisseia no espaço (1968), de Arthur C. Clarke
O poderoso chefão (1969), de Mario Puzo
As cidades invisíveis (1972), de Italo Calvino
Terras de sombras (1974), de J. M. Coetzee
Lavoura arcaica (1975), de Raduan Nassar
Entrevista com o vampiro (1976), de Anne Rice
A hora da estrela (1977), de Clarice Lispector
O iluminado (1977), de Stephen King
O guia do mochileiro das galáxias (1979), de Douglas Adams
O nome da rosa (1980), de Umberto Eco
O centauro no jardim (1980), de Moacyr Scliar
A casa dos espíritos (1982), de Isabel Allende
A lista de Schindler (1982), de Thomas Keneally
O livro do desassossego (1982), de Fernando Pessoa
O ano da morte de Ricardo Reis (1984), de José Saramago
A insustentável leveza do ser (1984), de Milan Kundera
Os versos satânicos (1988), de Salman Rushdie
O pêndulo de Foucault (1988), de Umberto Eco
História do cerbo de Lisboa (1989), de José Saramago
Desonra (1999), de J. M. Coetzee
Neve (2002), de Orhan Pamuk
O filho eterno (2007), de Cristovão Tezza
Indignação (2008), de Philip Roth

Retirado de http://www.lendo.org/lista-classicos-literatura/ by André Gazola

Não vamos esquecer, é claro, que esta lista, apesar de bem feita, não está totalmente completa. Então, se quiserem comentar outras sugestões de leituras clássicas, podemos fazer uma nova postagem atualizando a lista.

Posted by Sthefani Curtz

terça-feira, 10 de junho de 2014

Famosos formados em Letras/Literatura

Jodie Foster


Nascida em 19 de novembro de 1962 (Los Angeles, Califórnia - Estados Unidos) é uma premiada atriz, diretora e produtora de cinema norte-americana, vencedora de dois Oscares como melhor atriz. É formada em Literatura pela Universidade de Yale.
Atuou nos filmes:


Brooke Shields


Nascida em 31 de maio de 1965 (Nova York, EUA)ganhou fama como atriz ainda criança e na adolescência como uma das mais fotografadas e reconhecidas modelos do mundo. Shields frequentou a Universidade de Princeton de 1983 a 1987, formando-se em Literatura Francesa.
Atuou nos filmes:



Emma Thompson


Nascida em 15 de abril de 1959 (Londres, Inglaterra) é uma atriz e roteirista britânica.Em 1992 ganhou o Óscar de Melhor Atriz (principal) por sua atuação no filme Howards End. Formada em Literatura Inglesa pela Universidade de Cambridge.
Atuou nos filmes:


Hugh Grant


Nascido em 9 de setembro de 1960 (Londres, Inglaterra) é um premiado ator britânico.Formado em Literatura Inglesa na  Universidade de Oxford.
Atuou nos filmes:


Tommy Lee Jones


Nascido em 15 de setembro de 1946 (San Saba, Texas, EUA) é um premiado ator, cineasta e produtor de cinema norte-americano. Venceu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, em 1994. Formado em Literatura Inglesa na Universidade de Harvard.
Atuou nos filmes:


Stephen King


Nascido em 21 de setembro de 1947 (Portland, Maine, EUA) é um escritor americano, reconhecido como um dos mais notáveis escritores de contos de horror fantástico e ficção de sua geração. Os seus livros venderam mais de 350 milhões de cópias, com publicações em mais de 40 países. Muitas de suas obras foram adaptadas para o cinema. É o nono autor mais traduzido no mundo. Formou-se em Língua Inglesa na Universidade do Maine.
Ele é autor dos filmes:


Sigourney Weaver


Nascida em 8 de outubro de 1949 (Nova York, EUA) é uma premiada atriz norte-americana. Formou- se em Língua Inglesa.
Atuou nos filmes:


James Franco


Nascido em 19 de abril de 1978 (Palo Alto, Califórnia, EUA) é um ator de cinema estadunidense. Foi nomeado a três prêmios Globo de Ouro, dos quais ganhou um, e recebeu uma nomeação aos Oscar por sua atuação em 127 Hours. Formou-se em Literatura Inglesa na Universidade de Columbia e possui um doutorado também de Literatura na Universidade de Yale.
Atuou nos filmes:


Renée Zellweger


Nascida em 25 de abril de 1969 (Katy, Texas - Estados Unidos) é uma atriz dos Estados Unidos. Em 2004, venceu o prêmio Oscar de melhor atriz coadjuvante por sua performance no drama Cold Mountain.Formou-se em Língua Inglesa na Universidade do Texas
Atuou nos filmes:


Matt Damon


Nascido em 8 de outubro de 1970 (Cambridge, Massachussetts, EUA) é um ator, roteirista, produtor e filantropo, ganhou o Oscar de melhor roteiro original e o Globo de Ouro de melhor roteiro e recebeu indicações para o Oscar, Globo de Ouro, Satellite Award, e o Screen Actors Guild Awards de Melhor Ator. Estudou Inglês na Universidade Harvard.
Atuou nos filmes:


Ashley Judd


Nascida em 19 de abril de 1968 (Los Angeles, Califórnia - Estados Unidos) é uma atriz americana. Formou-se em Língua Francesa na Universidade de Harvard. Ashley entrou na lista da revista norte-americana FHM das 100 mulheres mais sexy do ano em 2002.
Atuou nos filmes:


Sandy


Nascida em 28 de janeiro de 1983 (Campinas, São Paulo, Brasil) é uma cantora, compositora, produtora musical e atriz brasileira. De 1990 a 2007 formou com o seu irmão, Júnior Lima, a dupla Sandy & Júnior. Em 2010, ela lançou seu álbum de estreia em sua carreira solo,Manuscrito. Formou-se em Letras na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas).
Atuou nos filmes:

Posted by Sthefani Curtz


segunda-feira, 2 de junho de 2014

O que é Filologia?

Filologia


Termo de origem grega (philos que significa gosto, amor e logos, palavra) que designa o estudo das línguas, ou de uma língua, especificamente, numa perspetiva de história literária e gramatical. A filologia estende-se à linguística, à antropologia cultural e à literatura.
O dicionário Houaiss da Língua Portuguesa define filologia  como “o estudo científico do desenvolvimento de uma língua ou de famílias de línguas, em especial a pesquisa de sua história morfológica e fonológica baseada em documentos escritos e na crítica dos textos redigidos nessas línguas (p.ex., filologia latina, filologia germânica etc.); gramática histórica”.
  • Em linguística, filologia é o estudo científico das relações e da história das línguas, baseado particularmente na análise dos textos. Também chamada de Linguística Histórica.
  • Em antropologia cultural, filologia realiza o estudo e análise de textos antigos, procurando compreender, especificamente, uma época histórico-cultural ou um povo.
  • Em literatura, o termo designa não só o estudo geral da literatura, como também o estudo crítico dos textos literários.
As principais áreas de estudo da filologia são:
  • a paleografia;
  • a codicologia;
  • a manuscriptologia;
  • e a bibliografia material.

Apesar destas disciplinas funcionarem de forma independente, é a sua combinatória que permite conhecer, com mais qualidade científica, a criação e transmissão de textos originais.

Histórico


A filologia surge, no século III a. C., com um grupo de gramáticos, como Aristófanes de Bizâncio, Aristarco, Zenódoto da escola helenística da Alexandria, que procuravam interpretar e recuperar criticamente o texto original de vários poetas gregos, sobretudo, de Homero. A partir do século II a. C., Roma contacta com essas metodologias e, entre os séculos VIII e XII, com a chegada do Cristianismo, os filólogos bizantinos começam a dar mais importância ao conhecimento da génesis dos textos bíblicos em detrimento dos textos clássicos. No século XV, com a chegada dos filólogos bizantinos a Itália, aparecem as primeiras edições de textos gregos e latinos e, no século XVI, surgem as primeiras edições com critérios científicos sobre os manuscritos originais, dando assim origem à moderna metodologia de investigação filológica.
No século XIX e XX, a filologia foi cultivada por grandes filólogos como Vinton A. Dearing, Joseph Bédier, Georges Dumézil, Noah Webster, Ramón Pidal, António Houaiss e, em Portugal, por Cunha Rivara, Augusto Soromenho, Francisco Adolfo Coelho, Rodrigues Lapa e Herculano de Carvalho.

Filólogos Importantes:

  • Eduard Schwartz;
  • Ernst Robert Curtius;
  • Friedrich August Wolf;
  • Ulrich von Wilamowitz-Moellendorff;
  • Wolfgang Schadewaldt;
  • Martin Litchfield West;
  • Eduard Fraenkel;
  • Franz Bopp;
  • Jacqueline de Romilly.
                     http://www.infopedia.pt/$filologia [EDITADO]


**Curiosidade**


Temos uma nova filóloga muito famosa e muito amada pelos fãs da eterna série de livros e filmes Harry Potter...
                                                    

Nós, do Parafuso Textual, lhe damos os parabéns, Emma Watson !! 

Posted by Sthefani Curtz

sexta-feira, 30 de maio de 2014

A LINGUÍSTICA TEXTUAL E SEUS MAIS RECENTES AVANÇOS

Paulo de Tarso Galembeck (UEL)
Este texto apresenta os mais recentes avanços da Linguística Textual, a partir do exame das etapas da evolução dos estudos do texto. Para tanto, apresentam-se os três passos da evolução dos estudos do texto (análises transfrásticas, gramáticas textuais, teorias de texto). Na última parte do texto, discute-se a conceituação do texto como processo (e não como produto), e o papel do contexto interacional na depreensão dos sentidos do texto.

O percurso da Linguística Textual

A adoção do texto e do discurso como unidade básica dos estudos linguísticos não foi um processo unitário e uniforme; já que houve várias orientações às quais correspondiam propostas teórico-metodológicas diversas. De forma genérica, essas propostas podem ser agrupadas em duas tendências: a Análise do Discurso de linha francesa e a Lingüística Textual, oriunda, sobretudo dos países germânicos (Alemanha, Países-Baixos) ou do Reino Unido. Na primeira, as preocupações dominantes são o sujeito da enunciação (um ser situado num dado momento histórico), os sentidos que ele produz e a ideologia que subjaz à sua mensagem. A Lingüística Textual tinha por objeto específico os processos de construção textual, por meio dos quais os participantes do ato comunicativo criam sentidos e interagem com outros seres humanos.
Na seqüência do texto, são expostos os três passos principais da evolução da Lingüística Textual: as análises transfrásticas; a Gramática de Texto; a Teórica do Texto.

Análises transfrásticas

As análises transfrásticas ainda não consideram o texto como o objeto de análise, pois o percurso ainda é da frase para o texto. Aliás, as análises transfrásticas surgiram a partir da observação de que certos fenômenos não poderiam ser explicados pelas teorias vigentes na época (estruturalismo e gramática gerativa), por ultrapassarem os limites da frase simples e complexa: a co-referenciação (anáfora); a correlação de tempos verbais (“consecutio temporum”); o uso de conectores interfrasais; o uso de elementos e indefinidos. Veja-se o exemplo a seguir:

(01) “O que os escândalos do governo Lula mostram é um antídoto à desculpa tipicamente nacional de que corrupção existe em todo lugar. Afinal revelam um padrão que, como gosta de dizer o presidente, “nunca, em 500 anos de história”, foi muito diferente do que é agora. Portanto, tem uma especificidade, e sem olhar para ela, o problema não será combatido e atenuado” (Daniel Piza, “O labirinto da corrupção”, O Estado de S. Paulo, 3/7/05, D3, p. 03)

Verifique-se, no fragmento acima, a presença dos conectores interfrásticos (afinal, portanto); a presença de relações anafóricas entre termos situados em frases diferentes (o presidente, retomando Lula; as elipses – afinal Ø revelam; Ø têm – que remetem escândalos; o problema, referindo-se a corrupção); o emprego dos tempos verbais (presente e futuro).
Se observados a partir de uma perspectiva textual, os elementos citados (anafóricos, conectores, tempos verbais) passam a ser encarados a partir de uma perspectiva diferenciada. Com efeito, os anafóricos deixam de ser considerados meros substitutos (termo que entra no lugar de outro) e passam a ser vistos como termos que possibilitam a retomada do dado, para que a ele sejam acrescidas novas informações. Assim, a retomada de Lula por o presidente indica que ele sabe da existência da corrupção. Os conectivos afinal e, portanto têm um nítido papel argumentativo: o primeiro introduz um fragmento que retoma o que foi dito e, ao mesmo tempo, encaminha o leitor para uma conclusão. Já o ‘portanto’ encaminha o leitor para as conclusões desejadas pelo autor.
Os autores dessa fase valorizaram sobretudo o estudo dos vínculos interfrásticos (elementos coesivos). Nesse sentido, HARWEG (1968) define texto como “uma seqüência pronominal ininterrupta” e menciona como uma de suas (do texto) principais características o fenômeno do múltiplo referenciamento. ISENBERG (1971) conceitua texto como uma “seqüência coerente de enunciados” e enfatiza que o papel dos elementos coesivos no estabelecimento da coerência textual.
O papel atribuído aos elementos coesivos no estabelecimento do sentido global do texto, porém, foi questionado quando se verificou que os citados elementos não são essenciais para a compreensão do sentido global do texto. Vejam-se os exemplos a seguir:

(02)  
(2a) Não vi o acidente: não posso apontar o culpado.
(2b) Não vi o acidente: naquela hora, tinha acabado de entrar na / loja.
(2c) Não vi o acidente, contaram-me que ele não respeitou a preferencial.

Mesmo sem a ausência de conectivos; ouvinte/leitor tem a capacidade de construir o significado global da seqüência, porque pode estabelecer as relações lógico-argumentativas entre as partes dos enunciados:
2a: relação conclusiva (portanto).
2b: relação explicativa (pois).
2c: relação adversativa (porém).
Em outros textos, verifica-se que a presença de elementos coesivos não basta para assegurar o sentido global ao texto:

(03) Ivo viu a uva.
A uva é verde.
A vagem também é verde.
Vovó cozinha a vagem.

A necessidade de considerar o conhecimento intuitivo do falante na construção do sentido global do enunciado e no estabelecimento das relações entre as sentenças, e o fato de vínculos coesivos não assegurarem unidade ao texto conduzem à construção de outra linha de pesquisa. Nessa nova linha, procurou-se considerar o texto não apenas como uma lista de frases, mas um todo, dotado de unidade própria.

Gramáticas de texto

De acordo com MARCUSCHI (1999), as gramáticas textuais, pela primeira vez, propuseram o texto como o objeto central da Lingüística e, assim, procuraram estabelecer um sistema de regras finito e recorrente, partilhado (internalizado) por todos os usuários de uma língua. Esse sistema de regras habilitaria os usuários a identificar se uma dada seqüência de frases constitui (ou não) um texto e se esse texto é bem formado.
Esse conjunto de regras constitui a competência textual de cada usuário e permite aos usuários diferenciar entre um conjunto aleatório de palavras ou frases, ou um texto dotado de sentido pleno. Outras manifestações dessa competência são a capacidade de resumir ou parafrasear um texto, perceber se ele está completo ou incompleto, produzir outros textos a partir dele, atribuir-lhe um título, diferenciar as partes constitutivas do mesmo e estabelecer as relações entre essas partes.
CHAROLLES (1983) admite que o falante possui três competências básicas:
  • Competência formativa: permite ao usuário produzir e compreender um número infinito de texto e avaliar, de modo convergente, a boa ou má formação de um texto.
  • Competência transformativa: refere-se à capacidade de resumir um texto, parafraseá-lo, reformulá-lo, ou atribuir-lhe um título, assim como de avaliar a adequação do resultado dessas atividades.
  • Competência qualificativa: concerne à capacidade de o usuário identificar o tipo ou gênero de um dado tipo, bem como à possibilidade de produzir um texto de um tipo particular.

As gramáticas de texto tiveram o mérito de estabelecer duas noções basilares para a consolidação dos estudos concernentes ao texto/discurso. A primeira é a verificação de que o texto constitui a unidade lingüística mais elevada e se desdobra ou se subdivide em unidades menores, igualmente passíveis de classificação. As unidades menores (inclusive os elementos léxicos e gramaticais) devem sempre ser considerados a partir do respectivo papel na estruturação da unidade textual. A segunda noção básica constitui o complemento e a decorrência da primeira noção enunciada: não existe continuidade entre frase e texto, uma vez que se trata de entidades de ordem diferente e a significação do texto não constitui unicamente o somatório das partes que o compõem.
Apesar dos avanços apontados, cabe reconhecer alguns problemas na formulação das Gramáticas Textuais. O primeiro é a conceituação do texto como uma unidade formal, dotada de uma estrutura interna e gerada a partir de um sistema finito de regras, internalizado por todos os usuários da língua. Esse sistema finito de regras constituiria a gramática textual de uma língua, semelhante, em sua formulação, à gramática gerativa da sentença, de Chomsky. Ora, fica difícil propor um percurso gerativo para o texto, pelo fato de ele não constituir uma unidade estrutural, originária de uma estrutura de base e realizada por meio de transformações sucessivas. Outro problema das gramáticas de texto é a separação entre as noções de texto (unidade estrutural, gerada a partir da competência de um usuário idealizado e descontextualizado) e discurso (unidade de uso). Essa separação é injustificada, pois o texto só pode ser compreendido a partir do uso em uma situação real de interação. Foi a partir das considerações anteriores que os estudiosos iniciaram a elaboração de uma teoria de texto, que discutisse a constituição, o funcionamento, a produção dos textos em uso numa situação real de interação verbal.

Linguística textual

Como lembra MARCUSCHI (1998), no final da década de setenta, o enfoque deixa de ser a competência textual dos falantes e, assim, passa-se a considerar a noção de textualidade, assim estabelecida por BEAUGRANDE e DRESSLER (1981): “modo múltiplo de conexão ativado sempre que ocorrem eventos comunicativos”. Outras noções relevantes da Linguística Textual são o contexto (genericamente, o conjunto de condições externas à língua, e necessários para a produção, recepção e interpretação de texto) e interação (pois o sentido não está no texto, mas surge na interação entre o escritor / falante e o leitor/ouvinte).
Essa nova etapa no desenvolvimento da Linguística de Texto decorre de uma nova concepção de língua (não mais um sistema virtual autônomo, um conjunto de possibilidades, mas um sistema real, uso em determinados contextos comunicativos) e um novo conceito de texto (não mais encarado como um produto pronto e acabado, mas um processo uma unidade em construção). Com isso, fixou-se como objetivo a ser alcançada a análise e explicação da unidade texto em funcionamento e não a depreensão das regras subjacentes a um sistema formal abstrato. A Linguística Textual, nesse estágio de sua evolução, assume nitidamente uma feição interdisciplinar, dinâmica, funcional e processual, que não considera a língua como entidade autônoma ou formal (MARCUSCHI, 1998).

Retirado de : http://www.filologia.org.br/ixcnlf/5/06.htm [EDITADO] By Vinícius Junqui
Posted by Sthefani Curtz